28 de abr. de 2010

Os olhos fecham

Os olhos fecham, o peito sente: escuro vivo solidão, escureço cedo, cresço e não floreço, chuva não veio, despacha o céu que racha.
Sobrevivo aos anos pares e ímpares, meus cenários selvagens cruzam oásis no clímax. Desmonto desejos em partes, prazer em pedaços se vai.
Viro o barco, furo o casco, derramo âncoras no mastro, tempo vago afaga a face do deserto que me traga.
Amanhã sem data - hoje passa nada vale, fico aonde quase vou, lamento morto, risco avesso torto, nuvem desenha linha suspensa no espaço.
Entrelaça cores as dores de alma, meus foras dos ares entre abandonos de caras e olhares, cruzo o meio do ato, com o fogo no mato mais um grilo cai, beijo a palma, apago a fala, escrevo pausas com palavras, fico a um passo, me atiro no alvo, leva o que me falta.

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